Yago Dora fez história em Fiji e colocou o Brasil no topo do surfe mundial.
O surfista Yago Dora tornou-se o quinto brasileiro a conquistar um título mundial ao vencer o WSL Finals, realizado em Fiji. Com essa vitória histórica, ele se junta a Gabriel Medina, Adriano de Souza, Italo Ferreira e Filipe Toledo como parte de uma geração que transformou o Brasil em potência no surfe mundial. A Brazilian Storm domina a WSL atualmente e só perdeu títulos mundiais para um único adversário.
O havaiano John John Florence é o unico surfista de fora do Brasil a vencer a categoria masculina da WSL. Ele foi campeão mundial em três temporadas (2016, 2017 e 2024) e se consolidou como um “inimigo solitário” da Brazilian Storm. A nova geração composta por nomes como Jack Robinson, Griffin Colapinto e Ethan Ewing é promissora, mas ainda não conseguiu ameaçar os brasileiros de forma realmente considerável.
Vale destacar que Griffin e Ethan eliminaram adversários brasileiros em suas campanhas no WSL Finals. Porém, quando tiveram suas chances diante dos líderes do ranking na bateria decisiva, foram dominados por Yago e Filipe, respectivamente. Assim, quando John Florence se ausentou do Championship Tour em 2025, o título mundial voltou para as mãos de um brasileiro.
Entre 2014 e 2025, foram disputadas onze temporadas na WSL. Nesse recorte de tempo, a Brazilian Storm levantou a taça em oito oportunidades. Yago Dora foi o último a participar da festa dos campeões mundiais, mas o paraense radicado em Santa Catarina tem muito a festejar depois de sua primeira conquista.
Por vezes contestado ou até criticado por sua (falta de) competitividade, o que parece um tanto descabido, Yago Dora é extremamente habilidoso em cima da prancha e conseguiu transformar suas qualidades em resultados em 2025. O surfista havia vencido sua primeira etapa na elite em 2023, quando foi campeão em Saquarema e começou a ser considerado um verdadeiro candidato na liga de surfe. A vitória no WSL Finals dois anos mais tarde o consolidou no debate e pôs fim a qualquer questionamento sobre suas capacidades de ter sucesso no surfe competitivo.
Yago Dora revelou, durante a entrevista coletiva após o WSL Finals, que precisou de mais tempo para começar a se dedicar a baterias em comparação aos seus compatriotas, já que muitos deles competiam em etapas nacionais desde muito jovens. “Demorei um pouco mais para ganhar confiança e me sentir bem. Esses outros caras foram formados dentro da competição… Para mim, esse foi um processo mais longo”, disse Yago. “Fiquei mais voltado ao freesurf e produção de vídeos na adolescência”, explicou o paranaense. A espera foi recompensada na última segunda-feira durante o WSL Finals, etapa que coroou a dedicação de Dora dentro e fora d’água.
Se a temporada 2025 teve um detalhe peculiar que foi a dupla ausência de Gabriel Medina e John John Florence, os rivais estão confirmados em 2026 e prometem dar trabalho aos adversários da WSL. Agora, porém, Yago Dora se transformou em um componente ainda mais confiante e que quer manter o bom momento para o ano que vem. O atleta ainda não anunciou oficialmente, mas deixou a entender que vai voltar a competir em 2026 para defender a conquista do título mundial.
O novo calendário será disputado em pontos corridos e com um bônus de pontuação na etapa de Pipeline. Com isso, é justo dizer que o favoritismo segue com membros da Brazilian Storm, entre eles Yago Dora, e acompanhado por John John Florence. Outros surfistas internacionais ainda estão um (ou mais) degraus abaixo na lista de favoritismo na WSL. Yago devolveu o título mundial ao Brasil em 2025, mas os representantes da Brazilian Storm terão que batalhar duro para manter o troféu no país em 2026.
Fonte: Site Oficial Terra