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Ataque de Israel deixa sete crianças mortas na Cidade de Gaza, diz hospital

Diversas pessoas, entre elas ao menos sete crianças, foram mortas em ataques na Cidade de Gaza durante a madrugada de quinta-feira (4), disse um porta-voz do Hospital Al-Shifa, enquanto Israel continua o ataque ao município densamente povoado.

Os ataques tiveram como alvo prédios residenciais e acampamentos de tendas que abrigam pessoas deslocadas, informou o porta-voz.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram médicos e trabalhadores humanitários tratando crianças ensanguentadas e queimadas, além de pequenos corpos em macas, sendo levados às pressas para o hospital.

A CNN entrou em contato com as Forças de Defesa de Israel para obter comentários.

Um bombeiro da Defesa Civil de Gaza disse que correu para salvar uma mãe e duas crianças pequenas em um prédio em chamas no bairro de Al-Daraj, na Cidade de Gaza.

“Cheguei à porta do quarto e chamei a mãe, que me disse: ‘Estou exausta, meus ossos estão derretendo e meus filhos pararam de fazer barulho’”, contou o bombeiro Aboud Majdalawi a um grupo de jornalistas.

Ele relatou ter visto a mãe rastejando no chão, procurando pelos filhos enquanto suas mãos queimavam. Ele conseguiu salvar a mãe, o filho e a filha, que estavam carbonizados pelas chamas, e os levou para o Hospital Al-Shifa.

“Não consegui e não conseguirei superar esta situação pelo resto da minha vida, e os gritos da mãe e dos seus filhos continuarão a ecoar na minha mente”,

disse o bombeiro.

Israel intensificou a ofensiva na Cidade de Gaza nas últimas semanas, resultando em “consequências humanitárias horríveis”, conforme atualização do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários na quarta-feira (3).

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu tomar a Cidade de Gaza, apesar da crescente condenação internacional, dos protestos dentro de Israel e das repetidas objeções da liderança militar.

Entenda a guerra na Faixa de Gaza

A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 outubro de 2023, depois que o Hamas lançou um ataque terrorista contra Israel.

Combatentes do grupo radical palestino mataram 1.200 pessoas e sequestraram 251 reféns naquele dia.

Então, tropas israelenses deram início a uma grande ofensiva com bombardeios e por terra para tentar recuperar os reféns e acabar com o comando do Hamas.

Os combates resultaram na devastação do território palestino e no deslocamento de cerca de 1,9 milhão de pessoas, o equivalente a mais de 80% da população total da Faixa de Gaza, segundo a UNRWA (Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos).

Desde o início da guerra, pelo menos 61 mil palestinos foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. O ministério, controlado pelo Hamas, não distingue entre civis e combatentes do grupo na contagem, mas afirma que mais da metade dos mortos são mulheres e crianças. Israel afirma que pelo menos 20 mil são combatentes do grupo radical.

Parte dos reféns foi recuperada por meio de dois acordos de cessar-fogo, enquanto uma minoria foi recuperada por meio das ações militares.

Autoridades acreditam que cerca de 50 reféns ainda estejam em Gaza, sendo que cerca de 20 deles estariam vivos.

Enquanto a guerra avança, a situação humanitária se agrava a cada dia no território palestino.

Segundo a ONU, passa de mil o número de pessoas que foram mortas tentando conseguir alimentos, desde o mês de maio, quando Israel mudou o sistema de distribuição de suprimentos na Faixa de Gaza.

Com a fome generalizada pela falta da entrada de assistência na Faixa de Gaza, os relatos de pessoas morrendo por inanição são diários.

Israel afirma que a guerra pode parar assim que o Hamas se render, e o grupo radical demanda melhora na situação em Gaza para que o diálogo seja retomado. 

Fonte: Site Oficial CNN Brasil

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