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Grupo de Bolsonaro usou GSI e Abin para atacar urnas eletrônicas, diz Moraes

Segundo ministro, réus produziram uma “massiva desinformação em relação à Justiça Eleitoral”

Resumo
Alexandre de Moraes afirmou que integrantes do governo Bolsonaro usaram ilegalmente o GSI e a Abin para desinformar sobre as urnas eletrônicas, visando desacreditar o sistema eleitoral e consolidar um plano de perpetuação no poder.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que integrantes do governo de Jair Bolsonaro (PL) utilizaram ilegalmente a estrutura do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em uma “massiva desinformação em relação à Justiça Eleitoral” com o objetivo de desacreditar as urnas eletrônicas.

A estratégia, segundo o relator, fazia parte de uma “sequência de atos executivos planejados pela organização criminosa” para restringir o exercício do Poder Judiciário e permitir a perpetuação no poder. 

“Os integrantes da organização criminosa, dados pelos réus Alexandre Ramagem e Augusto Heleno, utilizaram ilicitamente a Agência Brasileira de Inteligência para confecção do seu projeto de manutenção do poder sem a existência de freios e contrapesos por parte do Poder Judiciário”, afirmou.

O ministro citou como prova a agenda apreendida com Augusto Heleno que continha “anotações golpistas” com diretrizes estratégicas, incluindo “estabelecimento de uma desinformação sobre urnas eletrônicas para descredibilizar o sistema eletrônico eleitoral brasileiro”.




Ministro Alexandre de Moraes durante julgamento nesta terça-feira, 9

Foto: Gustavo Moreno/STF

Sobre o material encontrado, Moraes afirmou que “não é razoável achar normal um general do Exército, quatro estrelas, ministro do GSI, ter uma agenda com anotações golpistas, ter uma agenda preparando a execução de atos, para deslegitimar as eleições, o Poder Judiciário e para se perpetuar no poder”. Ele acrescentou: “Eu não consigo entender como alguém pode achar normal numa democracia, em pleno século XXI, uma agenda golpista”.

O relator também mencionou documentos localizados com Heleno, incluindo um “relatório de análise de urna eletrônica” com críticas ao sistema eletrônico de votação, demonstrando que o plano já estava em execução desde meados de 2021. “Tudo isso já seria extremamente estranho se não configurasse o primeiro ato executório na preparação do discurso que foi utilizado na sequência na live pelo réu Jair Messias Bolsonaro”, disse Moraes, questionando: “Desde quando a Abin deve interferir em eleições?”.

Fonte: Site Oficial Terra

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