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Litoral de SP vive escalada de violência desde morte de soldado da Rota e operações da PM

Ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes foi executado na Praia Grande após emboscada; conflitos na região aumentaram a partir de 2023

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes, ex-delegado-geral de São Paulo, na Praia Grande, nesta segunda-feira, 15, é mais um capítulo de uma série de episódios de violência entre as forças de segurança e o crime organizado no litoral de São Paulo. Fontes era conhecido pela atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os conflitos na região escalaram desde meados de 2023.

Em dezembro daquele ano, o próprio Fontes foi vítima de um assalto na Praia Grande. Ao Estadão, o ex-delegado-geral havia relatado preocupação: “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora os bandidos sabem onde moro. Minha família, agora, quer que eu deixe o emprego em Praia Grande e saia de São Paulo”.

Mortes de PMs precedem novas operações, que fazem mais vítimas

Seis meses depois, em janeiro de 2024, uma nova morte de um PM motivou a retomada da Operação Escudo. O soldado Marcelo Augusto da Silva, de 28 anos, havia trabalhado na Operação Verão, em Praia Grande, e retornava para São Paulo quando foi atacado na Rodovia dos Imigrantes, em Cubatão, também na Baixada Santista.

Em 2 de fevereiro de 2024, o agente da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35 anos, também foi morto, em Santos. No mesmo município, cinco dias depois, o cabo do Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), José Silveira dos Santos, também morreu, em um novo enfrentamento contra criminosos.

A partir dos dois casos, 27 pessoas foram mortas em ações policiais nas cidades litorâneas. Uma delas era o homem conhecido como “Danone”, apontado como líder de uma facção criminosa “envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, tribunal do crime e atentado contra agentes públicos” no Guarujá.

Em abril, a PM mobilizou-se mais uma vez a partir do desaparecimento de um soldado da corporação, no Guarujá. O corpo de Luca Romano Angerami foi localizado pouco mais de um mês depois, na Vila Baiana, no município litorâneo.

Guarujá tem base da PM atacada, e mortes de suspeitos viram reações mesmo fora de grandes operações

A onda de violência entre crime organizado e policiais não cessou. Em outubro de 2024, uma base da PM foi alvejada por dois homens em uma moto. A sede fica no bairro Vila Zilda, no Guarujá. Depois, quatro agentes que faziam ronda de moto na Avenida Prefeito Raphael Vitiello, na mesma região, também foram alvo de disparos ao abordar suspeitos.

Foi na região da Vila Zilda que aconteceu a morte de Patrick Bastos Reis, que precedeu a primeira Operação Escudo. Houve um deslocamento de agentes para o litoral paulista diante dos casos.

Na tentativa de conter o crime organizado, mais mortes decorrem de ações da polícia, mesmo sem atuação de grandes operações. Em agosto, Luken Cesar Burghi Augusto, um dos criminosos mais procurados do País e chefe do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi morto depois de entrar em confronto com os policiais da Rota, na Praia Grande.

Foragido da Justiça, ele foi condenado a 46 anos e 11 meses de prisão. O criminoso participou de um mega assalto a uma empresa de transporte de valores, a Protege, na cidade de Araçatuba (SP), em 2017.

Fonte: Site Oficial Terra

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