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Bia Ferreira quer unificar cinturões para encerrar com ‘chave de ouro’

Boxeadora de 32 anos revelou planos para o pós-carreira após conseguir feito histórico

Resumo
Bia Ferreira, campeã mundial de boxe, planeja unificar cinturões antes de se aposentar e quer seguir ligada ao esporte no futuro, ajudando novos talentos.



Bia Ferreira conquista cinturão

Foto: Mark Robinson/Getty Images/Matchroom Boxing

Aos 32 anos, Beatriz Ferreira quer cumprir seus últimos objetivos dentro do ringue antes de pendurar as luvas. Medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Tóquio e bronze em Paris, a atual campeã mundial dos pesos-leves da Federação Internacional de Boxe (IBF) sonha com a unificação dos cinturões das outras três principais organizações do esporte para encerrar a carreira em grande estilo.

“Espero completar todas as minhas metas, fazer essa unificação principalmente, para poder encerrar com chave de ouro. Vou lutar e vou disputar os quatro, todos os três que faltam. Eu quero que elas aceitem, as que já têm um cinto estão fugindo. As que estão perto para ter, que estão na briga, não querem aceitar a luta. Mas uma hora vai ter que acontecer e vou estar pronta para poder fazer esse feito histórico no boxe feminino Brasileiro”, disse a lutadora em conversa exclusiva com o Terra

Embora possa surpreender aos fãs, o pensamento de Bia na aposentadoria é algo que a atleta tem trabalhado desde que deixou o boxe olímpico e se firmou no profissional, no fim de 2022. 

“Vou fazer 33 anos no final do ano. Comecei a treinar boxe muito nova. Comecei a competir tarde, confesso, mas estou no esporte há muitos anos. É um esporte bem perigoso. É um esporte que a gente tem que saber a hora de começar e a hora de terminar. Eu trabalho com metas e objetivos, desde a carreira no Olímpico”, continua.

A oportunidade de tentar a unificação dos cinturões, porém, não tem um prazo para acontecer. No momento, Bia tem negociações em andamento para uma luta em dezembro, em Mônaco. Uma das discussões é justamente sobre o combate valer outro cinturão ou considerar apenas como defesa.

Mesmo quando o objetivo for alcançado e as luvas forem penduradas, a pugilista tem uma certeza para o futuro: sua vida continuará ligada ao boxe. A função ainda é dúvida, mas o desejo é ajudar aqueles que estão iniciando no esporte.

“Não sei [em qual função], empresária, talvez, talvez treinadora. Eu quero continuar trabalhando com o meu esporte. Eu preciso devolver todo esse suporte que o esporte me deu. Tudo que eu tenho hoje é graças ao esporte. Eu amo esse esporte. Quero continuar trabalhando para que outras pessoas amem também e tenham sucesso, assim como eu, através dele”, explica sobre o futuro.



Bia Ferreira com o bronze nos Jogos de Paris

Foto: Richard Pelham/Getty Images

Primeira vez no Brasil e polêmica no mundo do boxe

Enquanto o futuro não chega, Bia aproveita cada momento de sua carreira. Em sua última luta, a pugilista baiana teve a oportunidade de entrar no ringue pela primeira vez profissionalmente em solo brasileiro.

Contra a uruguaia Maira Moneo, a campeã defendeu o título com vitória por decisão unânime após 10 rounds. A pontuação dos juízes comprova que a lutadora da casa fez bonito, mas, mesmo assim, ela não ficou completamente satisfeita.

“Foi uma adrenalina totalmente diferente. Normalmente, quando saio do hotel, estou em outro mundo, completamente pensando na minha adversária. Dessa vez, foi um pouco diferente. Eu queria aproveitar tudo, meus convidados e minha família. Eu fiquei um pouco mais emotiva, mais emocionada de estar vivenciando aquilo. Foi muito bom lutar em casa. Eu acho que eu poderia ter me apresentado um pouco melhor até se não fosse a primeira vez. Mas é tudo um processo. Eu acredito que na próxima vou poder me apresentar melhor e ficar um pouco mais tranquila”, analisa sobre o combate.




Bia Ferreira comemora defesa de cinturão

Foto: William Lucas e Gaspar Nóbrega/Inovafoto

O fim dos 10 rounds de trocação franca entre Bia e Maira foi marcado pela paz entre as duas lutadoras, com direito a foto e conversa. O card, contudo, ficou marcado pela confusão generalizada entre as equipes de Popó e Wanderlei Silva. 

Por estar se arrumando, a boxeadora não viu a briga ao vivo e até estranhou quando soube do que estava acontecendo. Ao lamentar o episódio, Bia reforça que a confusão foi algo isolado e que poderia acontecer em outras modalidades.

“Espero que isso não aconteça mais porque a gente briga muito por respeito. Já sofremos bastante para ter oportunidade. E aí, quando tem, acontecem essas coisas que tiram um pouco do foco do espetáculo. Mas que isso seja um fato isolado, que todo mundo supere isso e que a gente foque nas coisas boas que aconteceram naquele evento, nas oportunidades boas. O que acontece é que a gente já tem essa mancha de: ‘Ah, esporte de contato’. Mas eu acredito que todo mundo viu que foi um fato isolado. Até porque tiveram outras lutas e a gente demonstrou respeito total ao nosso adversário. Se fosse dança também poderia acontecer. São fatos isolados, mas espero que não se repita, pelo bem do esporte”, completa a lutadora. 

Fonte: Site Oficial Terra

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