Carlos Teixeira e Eduardo Salusse, idealizadores da SAFIEL, explicaram como funcionaria o projeto que pretende transformar o Corinthians em uma sociedade anônima do futebol controlada por torcedores.
Durante entrevista ao programa CNN Esportes S/A deste domingo (12), os convidados detalharam o plano e contaram como seria possível colocar a Fiel no comando do Timão.
A nova sociedade teria dois sócios: o Sport Club Corinthians Paulista e uma empresa formada por torcedores que adquirirem ações da SAFiel.
O Corinthians seria uma nova sociedade. Essa sociedade teria dois sócios. Um sócio: o Corinthians, que vai entregar, aportar e contribuir na sociedade com os seus ativos, do futebol, e o seu passivo, por patrimônio líquido. E, de outro lado, uma outra empresa que é formada por acionistas que integram a torcida corintiana. (…) Todo torcedor que quiser investir vai poder investir.
Segundo Carlos Teixeira, o modelo proposto busca “pulverizar o controle entre centenas de milhares de corintianos” e “instaurar governança compatível com as grandes empresas de capital aberto”.
Participação e inspiração
A participação de cada parte será definida após a avaliação dos ativos e do capital investido.
“A própria lei das SAF estabelece que clubes que tem 10% podem ter poder de veto em uma série de assuntos”, explicou Eduardo.
Segundo Salusse, o controle político não depende apenas da maioria acionária.
“A questão de controle não necessariamente tem relação com uma participação societária. O controle pode ser definido num acordo de sócios que vai definir os poderes políticos de cada um, da maioria e de veto, inclusive”, disse.
Como inspiração, os idealizadores citaram o Bayern de Munique, time que hoje está liderando a Bundesliga.
A SAFiel, em poucas palavras, consiste em transformar todas as propriedades de futebol que hoje estão no clube associativo numa nova corporação altamente profissionalizada, com padrões de processos e governança compatíveis com as maiores empresas nacionais e grandes clubes de futebol, por exemplo, o Bayern de Munique, que é uma grande inspiração para nós.
Tipos de ações
Carlos Teixeira detalhou que a SAFIEL emitirá dois tipos de ações: uma com direito a voto e outra preferencial, sem voto.
“Esse segundo CNPJ que entra de sócio junto com o associativo vai emitir dois tipos de ação. Uma ação com direito a voto, que vai poder ser comprada por corintianos, e uma outra classe de ação, que é a ação preferencialista, que, assim como o Bayern, empresas e fundos de investimento serão convidados a investir, mas não terão poder de voto”, relatou.
Para participar, o torcedor precisará ser sócio do programa Fiel Torcedor.
“Esse tipo de ação que é comercializada para o setor corintiano, para que qualquer corintiano compre essa ação, vai precisar ser de torcedor. Ele vai precisar fazer parte do programa Fiel Torcedor do Corinthians. Então, ele contrata um plano, e a partir daí ele adquire ação. Estando adimplente com o plano dele, ele também vai poder votar nas assembleias”, explicou Teixeira.
Limite de votos e meta de captação
O projeto prevê um limite máximo de votos por investidor e uma meta de captação bilionária.
“Nosso projeto prevê limite máximo de voto. Nenhum acionista poderá ter mais que 1,8% das ações com direito a voto”, disse Carlos.
A meta máxima de captação está acima dos R$ 2 bilhões.
Os idealizadores ressaltaram que não pretendem se tornar donos do clube.
“É um projeto feito por corintianos sem nenhum interesse político ou financeiro no projeto. (…) Tudo que nós estamos fazendo é uma doação para a comunidade corintiana”, afirmou Teixeira.
CNN Esportes S/A
Com Carlos Teixeira e Eduardo Salusse, idealizadores da “SAFIEL”, o CNN Esportes S/A chega à 112ª edição. Apresentado por João Vitor Xavier, o programa aborda os bastidores de um mercado que movimenta bilhões e é um dos mais lucrativos do mundo: o esporte.
Em pauta, os assuntos mais quentes da indústria do mundo da bola, na perspectiva de economia e negócios.
Fonte: Site Oficial CNN Brasil