Em meio a soltura de prisioneiros sob o acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos, cidadãos palestinos correram para abraçar os ex-cativos quando eles chegaram de ônibus à Cisjordânia ocupada por Israel, nesta segunda-feira (13).
O grupo militante Hamas libertou os últimos 20 reféns vivos levados durante os ataques de 7 de outubro de 2023 em Israel — que provocaram a guerra em Gaza. Israel também soltou palestinos prisioneiros no país, como parte da primeira fase do plano de cessar-fogo proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Pelo acordo, Israel deve libertar 250 palestinos condenados por assassinato e outros crimes graves, bem como 1.700 palestinos detidos em Gaza desde o início da guerra, 22 menores palestinos e os corpos de 360 militantes.
Milhares de pessoas se reuniram dentro e ao redor do Hospital Nasser, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, aguardando a chegada dos prisioneiros libertados, com alguns agitando bandeiras palestinas e outros segurando fotos de seus parentes.
Lutando contra as lágrimas, uma mulher que pediu para ser identificada como Um Ahmed disse que, apesar de sua alegria com a libertação, ela ainda tinha “sentimentos contraditórios” sobre o dia.
“Estou feliz por nossos filhos que estão sendo libertados, mas ainda estamos sofrendo por todos aqueles que foram mortos pela ocupação e por toda a destruição que aconteceu em nossa Gaza”, disse ela, à Reuters.
Os prisioneiros libertados chegaram em ônibus, alguns deles posando nas janelas, exibindo cartazes “V de Vitória”. Eles passarão por exames médicos nas instalações hospitalares.
Mais cedo, cerca de uma dúzia de homens armados mascarados e vestidos de preto, membros do braço armado do Hamas, chegaram ao hospital, onde um palco e cadeiras foram colocados para receber os prisioneiros palestinos que retornaram. Os alto-falantes tocavam músicas que celebravam a causa nacional palestina.
O Hamas disse que 154 prisioneiros também foram deportados para o Egito.
Milhares se reúnem
Em Ramallah, na Cisjordânia ocupada por Israel, Samer Halabeya, um médico libertado da prisão onde cumpria pena por planejar um ataque que feriu um oficial israelense, disse que os prisioneiros só souberam que seriam libertados muito tempo depois de o acordo ter sido assinado.
“Esperamos que todos sejam libertados”, disse ele à Reuters, ao lado da mãe, que chorava.
Mohammad Al-Khatib, que passou 20 anos em uma prisão israelense por ter matado três israelenses, disse que não conseguia acreditar que logo estaria reunido com sua família em Belém. Ele havia visto os filhos pela última vez quando eles o visitaram há 30 meses, disse ele.
“Sempre tivemos esperança, por isso continuamos firmes”, disse Khatib à Reuters.
Os libertados não incluem comandantes graduados do Hamas ou algumas das figuras mais proeminentes de outras facções, o que levou parentes de alguns detidos a dizer que o acordo não foi longe o suficiente.
Tala Al-Barghouti, filha de Abdallah Al-Barghouti, militante do Hamas condenado a 67 sentenças de prisão perpétua em 2004, disse que o acordo deixou “uma dor profunda e perguntas que não terão fim”.
O acordo “sacrificou aqueles que desempenharam o maior papel na resistência e encerrou as esperanças de sua libertação”, escreveu ela no Facebook. Seu pai foi preso por envolvimento em uma série de ataques suicidas em 2001 e 2002 que mataram dezenas de israelenses.
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Fonte: Site Oficial CNN Brasil