Uma enfermeira envolvida no procedimento médico que terminou na morte de Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, foi presa na tarde desta quarta-feira (15), no Rio de Janeiro.
Segundo o delegado do caso Wellington Vieira, a mulher se entregou na Decon (Delegacia do Consumidor) nesta quarta-feira (15). Após o ato, a Polícia Civil cumpriu o mandado de prisão preventiva determinado pela Vara criminal da capital.
Ainda de acordo com o delegado, a enfermeira, junto ao médico identificado como José Emílio, devem responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado. Ele também informou que a denúncia foi aceita e ambos se tornaram réus.
Relembre o caso
Marilha Menezes Antunes, de 28 anos, morreu após complicações durante um procedimento estético no hospital Amacor, em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro.
O caso foi registrado no dia 8 de setembro deste ano, na 35ª DP (Campo Grande) e encaminhado à Delegacia do Consumidor (Decon), que conduz as apurações.
Marilha trabalhava como técnica de segurança do trabalho em uma empresa de aviação e havia acabado de fazer aniversário em 1º de setembro. Como presente, decidiu se submeter a uma lipoaspiração nas costas com enxerto nos glúteos. De acordo com familiares, ela pediu indicação do médico, pesquisou e realizou todos os exames exigidos no risco cirúrgico. A jovem deixa um filho de seis anos.
A família acusa a equipe médica de negligência e afirma que a unidade particular não tinha estrutura adequada para emergências. Eles relatam que Marilha teria sofrido a perfuração de um órgão, o que provocou hemorragia.
Já no dia 9 de setembro de 2025, duas mulheres que se apresentaram como gerentes da clínica Amacor, foram presas pela Polícia Civil.
Durante a fiscalização, conduzida pela Delegacia do Consumidor (Decon), pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e pela Vigilância Sanitária, agentes encontraram medicamentos vencidos no centro cirúrgico, na farmácia e no carrinho de parada cardiorrespiratória utilizado durante a emergência. Também foram localizados produtos sem identificação de validade e origem.
Segundo a Polícia Civil, os materiais ofereciam risco direto à saúde de pacientes. O local foi interditado, e as duas representantes do estabelecimento identificadas como Kesya Batista Cardoso e Sara Aline Simões foram detidas.
Paralelamente, o Cremerj instaurou uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte da paciente, em procedimento que corre em sigilo e segue o Código de Processo Ético-Profissional.
Em nota, a Amacor disse lamentar profundamente o falecimento da paciente e destacou que a cirurgia foi conduzida por uma equipe médica terceirizada. A clínica, classificada como “One Day Clinic” (Hospital Dia com locação para procedimentos), afirmou que fornece apenas infraestrutura e orientação, e que o centro cirúrgico está equipado com dispositivos de emergência e protocolos de atendimento imediato. A unidade declarou ainda que colaborará com as autoridades na investigação.
No dia 10 de setembro, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) abriu uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte de Marilha Menezes Antunes.
*Sob supervisão de Thiago Félix
Fonte: Site Oficial CNN Brasil