Os Correios apresentaram nesta quarta-feira (15) um plano de reestruturação financeira em resposta à grave crise que afeta a estatal.
A empresa registrou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, um resultado três vezes pior em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A companhia enfrentou uma queda de mais de 11% nas receitas com vendas e serviços, enquanto as despesas administrativas aumentaram 74% e as financeiras cresceram 117%.
Emmanuel Rondon, dos Correios, admitiu que a empresa não se adaptou adequadamente às mudanças do mercado, o que impactou negativamente os resultados operacionais e financeiros.
Estratégia de recuperação
O plano de reestruturação está estruturado em três eixos principais. O primeiro foca na redução de despesas, incluindo um programa de demissões voluntárias e renegociação de contratos com fornecedores.
O segundo eixo contempla a diversificação de receitas, com estudos para novos modelos de negócios e venda de imóveis.
O terceiro pilar do plano envolve a recuperação da saúde financeira por meio de um empréstimo de R$ 20 bilhões, que será dividido entre 2025 e 2026. A operação de crédito, que conta com garantia do Tesouro Nacional, está sendo negociada com um conjunto de bancos públicos e privados.
A oposição demonstrou preocupação com a medida e pretende criar uma subcomissão especial para investigar a gestão contábil e patrimonial dos Correios. Além disso, parlamentares buscam convocar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para prestar esclarecimentos sobre a operação de crédito.
O cenário das estatais brasileiras como um todo também apresenta desafios. Excluindo as instituições financeiras e a Petrobras, as empresas estatais acumularam prejuízo de quase R$ 9 bilhões até agosto deste ano, evidenciando uma tendência de deterioração nos resultados desde o início de 2023.
Fonte: Site Oficial CNN Brasil