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Calor extremo pode acelerar o envelhecimento, assim como o álcool e o tabagismo

Pesquisadores descobriram que viver em regiões muito quentes pode fazer o corpo envelhecer até 14 meses mais rápido, alterando a expressão dos genes

Quando pensamos nos riscos das altas temperaturas, é comum lembrar de queimaduras, insolação e desidratação. Mas a ciência tem mostrado que os danos do calor vão muito além da superfície da pele. Um novo estudo da Escola de Gerontologia Leonard Davis, da Universidade do Sul da Califórnia, revelou que a exposição prolongada ao calor intenso pode acelerar o envelhecimento biológico – um efeito comparável ao tabagismo ou ao consumo excessivo de álcool.




Estudo mostra que o calor extremo pode acelerar o envelhecimento biológico e afetar o coração, o cérebro e os rins; entenda

Foto: Reprodução: Canva/Africa images / Bons Fluidos

Pesquisadores descobriram que viver em locais muito quentes, como Phoenix, Houston e Miami, pode “desgastar” o corpo de dentro para fora, alterando o funcionamento celular e aumentando o risco de doenças crônicas.

Calor e envelhecimento: o impacto silencioso

Segundo os cientistas, pessoas que vivem em climas extremamente quentes podem apresentar até 14 meses a mais de idade biológica do que aquelas que vivem em regiões mais frias. Isso significa que o corpo envelhece mais rápido do que o tempo marcado no calendário.

Com o aumento global das temperaturas, esse tipo de exposição deixou de ser algo pontual: o calor extremo se tornou um fator de estresse diário, capaz de comprometer o funcionamento de órgãos e acelerar processos inflamatórios e hormonais.

O que é envelhecimento biológico?

Ao contrário da idade cronológica, aquela que contamos em anos, o envelhecimento biológico reflete o estado real das células e dos órgãos. Mesmo que duas pessoas tenham a mesma idade, uma pode ter um corpo “mais velho” em termos de funcionamento interno.

O estudo mostra que o calor pode afetar o DNA sem alterá-lo diretamente, mudando a forma como os genes se expressam. Esse processo, chamado epigenética, funciona como uma espécie de “memória celular”. O corpo, ao se adaptar ao calor crônico, pode começar a acumular marcas biológicas que aceleram o envelhecimento.

O relógio epigenético: o corpo sente o calor

Para medir esses efeitos, os pesquisadores analisaram padrões de metilação do DNA, uma ferramenta que estima a idade biológica das células. Os resultados foram claros: indivíduos que vivem em áreas mais quentes exibem perfis genéticos mais envelhecidos. O calor extremo provoca inflamação, estresse oxidativo e desequilíbrios hormonais, exigindo mais esforço do coração, do cérebro e dos rins – sistemas que, com o tempo, acabam sobrecarregados.

O sistema cardiovascular é um dos primeiros a sentir os efeitos. Em temperaturas elevadas, o coração precisa bombear com mais força para manter o corpo resfriado, o que pode gerar pressão alta e fadiga crônica. O cérebro também sofre: a exposição prolongada ao calor pode afetar a memória, a concentração e o humor, além de aumentar o risco de ansiedade. Já os rins trabalham em ritmo acelerado para conservar água, elevando o risco de desidratação, pedras nos rins e danos renais a longo prazo.

Dá para reverter os efeitos?

A boa notícia é que parte desses danos pode ser desacelerada ou até revertida. Melhorar a nutrição, dormir bem, manter-se hidratado e reduzir a exposição ao calor são atitudes que ajudam a preservar a saúde celular. O uso de ar-condicionado, ventiladores e ambientes sombreados não é luxo. É prevenção ativa contra o envelhecimento biológico e doenças cardiovasculares. Evitar atividades ao ar livre entre 10h e 16h, usar roupas leves e beber bastante água também faz diferença.

Embora não possamos controlar o clima, podemos nos adaptar. Com hábitos saudáveis, cidades mais inteligentes e políticas públicas voltadas à prevenção, é possível envelhecer com qualidade – mesmo em um planeta que aquece cada vez mais rápido.

Fonte: Site Oficial Terra

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