Impulsionados pela política, telejornais se tornam a salvação das emissoras no Ibope

O crescimento da audiência de ‘Vale Tudo’ beneficia também o ‘Jornal Nacional’.

Muita gente liga na Globo com antecedência para esperar o início da novela e impulsiona o noticiário.

O folhetim e o telejornal têm feito dobradinha positiva com médias acima de 25 pontos nos últimos dias, sendo os programas mais vistos da televisão brasileira.

A menos de dois meses da sucessão de William Bonner por César Tralli, o ‘JN’ vive um dos melhores momentos no Ibope desde a crise de 2021, quando perdeu 3 pontos na média geral em comparação com o ano anterior.

Efeito Bolsonaro

A ‘novela’ do julgamento dos réus da tentativa de golpe de Estado contribui para melhorar os índices na maioria dos telejornais da TV aberta.

Vamos tomar de exemplo a aferição de 2 de setembro, 1º dia dos trabalhos no plenário da Primeira Turma do STF.

O ‘Jornal da Record’ marcou 7,2 pontos, o 2º melhor desempenho da programação da emissora, atrás apenas do alarmista ‘Cidade Alerta’.

A média 3,4 colocou o ‘SBT Brasil’ na vice-liderança no ranking do canal, perdendo somente para o popular ‘Programa do Ratinho’.

O ‘Jornal da Band’ também se sobressaiu: 3,2 pontos, melhor número da terça-feira na emissora.

Os telejornais custam caro e raramente dão lucro, porém, são imprescindíveis para a identidade dos canais e a soma da audiência diária.

Público fiel

Na maioria das vezes, quando um telejornal dá uma notícia, ela já estava em portais de notícias como o Terra havia algumas horas. A televisão não consegue acompanhar a agilidade da imprensa on-line.

Mesmo assim, o brasileiro continua a assistir aos principais telejornais para se atualizar. Muitos têm contato com a informação na internet e ligam a TV à espera de mais detalhes.

Esse hábito ajuda as grandes redes a elevar a média-dia (das 7h às 0h) usada pelo mercado publicitário para definir os investimentos milionários dos anunciantes.

As emissoras abertas enfrentam a transferência de público para diferentes concorrentes (streamings como a Netflix e plataformas digitais a exemplo do YouTube), mas seu jornalismo continua forte.

É possível afirmar que a transmissão de notícias ao vivo manterá a relevância da TV aberta no Brasil.