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Israel afirma ter lançado ataques aéreos contra alvos no sul de Gaza

O exército de Israel afirmou ter lançado ataques aéreos e fogo de artilharia contra alvos no sul de Gaza neste domingo (19).

Isso acabou diminuindo as esperanças de que um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos levaria a uma paz duradoura.

As ofensivas de Israel neste domingo foram o teste mais grave de um cessar-fogo que já era considerado frágil, e entrou em vigor em 11 de outubro.

O exército israelense afirmou em um comunicado que as ofensivas tiveram como alvo militantes na área de Rafah, que abriram fogo contra seus soldados. Túneis e prédios militares foram destruídos.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, afirmou que Israel retaliaria com força aos ataques do grupo Hamas contra seus soldados.

O braço armado do Hamas disse, também em um comunicado, que continua comprometido com o acordo de cessar-fogo em toda a Faixa de Gaza, acrescentando que não tinha conhecimento dos confrontos em Rafah e que não mantinha contato com grupos locais desde março.

“Afirmamos nosso total comprometimento com a implementação de todos os acordos, principalmente o cessar-fogo em todas as áreas da Faixa de Gaza”, disseram as Brigadas Al-Qassam.

Testemunhas palestinas relataram à agência de notícias Reuters, separadamente neste domingo (19), sobre explosões e tiros em Rafah, disparos de tanques na cidade de Abassan, no sul, perto de Khan Younis, um ataque aéreo na cidade central de Zawayda e explosões na cidade central de Deir Al-Balah, que mataram pelo menos cinco pessoas, segundo médicos do Hospital Al-Aqsa.

Testemunhas em Khan Younis ouviram uma onda de ataques aéreos lançados contra Rafah no início da tarde deste domingo.

Mortos foram registrados em ofensivas israelenses

O Ministério da Saúde de Gaza informou neste domingo (19) que ataques israelenses mataram pelo menos oito pessoas nas últimas 24 horas.

Uma autoridade militar de Israel afirmou que o Hamas realizou vários ataques contra forças israelenses dentro de Gaza, incluindo um ataque com granada propelida por foguete e um ataque de franco-atirador contra soldados israelenses.

“Ambos os acontecimentos ocorreram em uma área controlada por Israel… Esta é uma violação ousada do cessar-fogo”, falou a autoridade.

O ministro da Defesa, Israel Katz, relatou que a “linha amarela” para onde as forças israelenses recuaram sob o acordo de cessar-fogo seria fisicamente marcada e que qualquer violação do cessar-fogo ou tentativa de cruzá-la seria respondida com fogo.

Izzat Al Risheq, alto funcionário do Hamas, afirmou neste domingo que o grupo militante palestino continua comprometido com o acordo, que ele acusou Israel de violar repetidamente.

A assessoria de imprensa do governo em Gaza informou no sábado (18) que Israel cometeu 47 violações após o acordo de cessar-fogo, deixando 38 mortos e 143 feridos.

“Essas violações variaram de disparos diretos contra civis a bombardeios deliberados e operações de ataque a alvos, bem como a prisão de vários civis”, seguhdo o comunicado da assessoria de imprensa.

Passagem de Rafah permanece fechada

O governo israelense e o Hamas vêm se acusando de violações do cessar-fogo há dias, com Israel afirmando que a passagem de fronteira de Rafah, entre Gaza e Egito, permanecerá fechada até novo aviso.

Rafah está praticamente fechada desde maio de 2024.

O plano de cessar-fogo também inclui o aumento da ajuda a Gaza, onde centenas de milhares de pessoas foram afetadas pela fome em agosto, segundo o Monitor Global da Fome do IPC.

A passagem funcionou, em cessar-fogo anteriores, como um canal fundamental para o fluxo de ajuda humanitária para o território.

Israel e o Hamas estão envolvidos em uma disputa sobre a devolução dos corpos dos reféns. O país exigiu que o grupo cumpra suas obrigações de entregar os corpos restantes de todos os 28 reféns.

O Hamas devolveu todos os 20 reféns vivos e 12 mortos e afirmou não ter interesse em manter os corpos dos reféns restantes. O grupo afirmou que o processo exige esforço e equipamentos especiais para recuperar corpos soterrados sob os escombros.

Ainda existem obstáculos no plano do presidente americano para acabar com a guerra. Questões-chave como o desarmamento do Hamas, a futura governança de Gaza, a composição de uma “força de estabilização” internacional e os movimentos em direção à criação de um Estado palestino ainda precisam ser resolvidas.

O Departamento de Estado dos EUA não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A retomada dos combates em Gaza e as preocupações com o cessar-fogo derrubaram os principais índices de ações de Tel Aviv em quase 2% neste domingo.

Fonte: Site Oficial CNN Brasil

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