A juíza de imigração dos Estados Unidos, Jamee Comans, ordenou a deportação do ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil para a Argélia ou a Síria devido a alegações de que ele omitiu informações em seu pedido de green card, informaram documentos judiciais divulgados na quarta-feira (17).
Os advogados de Khalil afirmaram que pretendem recorrer, mas afirmam que ordens separadas de um tribunal distrital federal permanecem em vigor, proibindo o governo de deportá-lo ou detê-lo imediatamente enquanto seu processo judicial federal prossegue.
Comans afirmou que Khalil “deturpou intencionalmente fatos relevantes com o único propósito de burlar o processo de imigração e reduzir a probabilidade de seu pedido ser negado”.
Os advogados de Khalil enviaram uma carta a um tribunal federal em Nova Jersey, responsável por seu caso de direitos civis, e afirmaram que ele contestará a decisão da juíza.
Khalil, um residente permanente dos EUA de 30 anos, de ascendência palestina e estudante da Universidade de Columbia, foi detido pelas autoridades de imigração dos EUA por mais de 100 dias no início deste ano, enquanto o governo Trump tentava deportá-lo.
A esposa dele, que é cidadã americana, estava grávida na época e ele perdeu o nascimento do filho enquanto estava preso.
Ele foi solto em 20 de junho. O juiz Distrital dos EUA, Michael Farbiarz, de Nova Jersey, afirmou na época, referindo-se a Khalil, que punir alguém por uma questão de imigração civil era inconstitucional.
O governo do presidente Donald Trump reprimiu ativistas pró-Palestina como Khalil, chamando-os de antissemitas e apoiadores do extremismo.
Manifestantes, incluindo alguns grupos judaicos, afirmam que o governo equipara erroneamente suas críticas ao ataque de Israel a Gaza e à ocupação de territórios palestinos ao antissemitismo, e sua defesa dos direitos palestinos ao apoio ao extremismo.
“Não é surpresa que o governo Trump continue a me retaliar pelo exercício da liberdade de expressão”, declarou Khalil. “Quando a primeira tentativa de me deportar estava fadada ao fracasso, eles recorreram à fabricação de alegações infundadas e ridículas na tentativa de me silenciar por me manifestar e me posicionar firmemente ao lado da Palestina, exigindo o fim do genocídio em curso.”
Grupos de direitos humanos levantam preocupações sobre a liberdade de expressão e o devido processo legal em relação às tentativas de deportação e às ameaças de cortes do financiamento federal às universidades onde ocorreram os protestos.
A Universidade Columbia esteve no centro dos protestos do ano passado, que exigiam o fim da guerra em Israel e o desinvestimento, por parte das universidades, de fundos de empresas que apoiam Israel.
Fonte: Site Oficial CNN Brasil