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Júlio Cocielo já virou réu por crime de racismo; entenda

O nome de Júlio Cocielo, 32, virou assunto nas redes sociais nesta sexta-feira (17) após o youtuber anunciar o fim do casamento com a influenciadora Tata Estaniecki, 31.

O que alguns internautas relembraram nesse momento foi que ele já foi réu por crime de racismo devido a uma série de publicações ofensivas feitas entre 2011 e 2018.

A denúncia contra Cocielo foi feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo e aceita pela 3ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda, que o tornou réu formalmente.

O Ministério Público afirmou que o influenciador “praticou e incitou discriminação e preconceito de cor” por meio das postagens em seu perfil no X, antigo Twitter. Uma das frases mais chocantes dizia: “O Brasil seria mais lindo se não houvesse frescura com piadas racistas. Mas já que é proibido, a única solução é exterminar os negros”.

Em outra publicação, feita durante a Copa do Mundo de 2018, Cocielo escreveu um tuíte sobre o jogador Mbappé, que teve ampla repercussão negativa.

Na época, o influenciador apagou cerca de 50 mil tweets antigos e publicou um pedido público de desculpas. Mesmo assim, o caso foi adiante e, em dezembro de 2023, o processo se tornou público, já sob responsabilidade da Justiça Federal, por meio do Ministério Público Federal (MPF).

O MPF argumentou que, apesar de Cocielo ser humorista, as mensagens não tinham tom cômico, crítica social ou ironia. Pelo contrário, expressavam desprezo direto pela população negra e, segundo os procuradores, “não é humor; é escárnio”. A promotoria defendeu que a liberdade de expressão não é absoluta e que incitar o racismo, mesmo que em tom de piada, não é protegido por esse direito.

Durante o processo, Cocielo se declarou afrodescendente e disse ter familiares negros. Sua defesa alegou que ele usava a rede social como um “palco humorístico” e que as falas se inseriam num contexto de liberdade de expressão e produção artística.

No caso específico do comentário sobre Mbappé, os advogados disseram que ele se referia à velocidade do jogador, não à sua cor.

A sentença foi divulgada em 2024, quando o juiz Rodiner Roncada, da 1ª Vara Federal de Osasco, absolveu Júlio Cocielo. Na decisão, o magistrado reconheceu que as frases eram de “gosto discutível” e moralmente reprováveis, mas entendeu que não ficou comprovada a intenção de incitar o ódio racial.

O juiz destacou que Cocielo não demonstrou comportamento racista ao longo da vida, e que testemunhas confirmaram que ele nunca teve condutas discriminatórias. Concluiu ainda que, se o réu é de origem afrodescendente, seria incoerente supor que desejava deliberadamente ofender a comunidade negra da qual ele próprio faz parte.

Tata Estaniecki, ex-mulher do influenciador, também já foi “cancelada” após polêmica. Ela disse que sua fantasia para o Baile da Vogue de 2018 era uma “homenagem aos escravos”, usando um acessório no rosto que muitos internautas compararam a uma máscara de tortura usada no período escravagista.

Depois das críticas, Tata apagou as publicações relacionadas ao baile, incluindo fotos e vídeo nos stories, e se desculpou dizendo que não teve intenção de ofender ninguém.

Fonte: Site Oficial CNN Brasil

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