O Banco Central Europeu (BCE) deve manter as taxas de juros estáveis enquanto a inflação estiver próxima de 2% e não deve tentar aumentar o rigor da política monetária em caso de pequenos desvios de sua meta, disse o presidente do banco central austríaco, Martin Kocher, nesta quinta-feira.
Embora a inflação tenha oscilado em torno de 2% durante meses, as projeções mostram que ela cairá para 1,7% no próximo ano, antes de se recuperar nos anos seguintes, o que gera preocupações entre alguns membros do BCE sobre a possibilidade de não atingir a meta.
“Para mim, isso está próximo da meta. Não devemos reagir de forma exagerada em nenhuma direção”, disse Kocher, um dos mais novos membros do Conselho do BCE que define as taxas de juros da zona do euro, em uma conferência. “Se você estiver ligeiramente acima da meta, não é aconselhável uma reação exagerada, na minha opinião.”
O BCE tem mantido sua taxa de depósito estável em 2% desde junho e os mercados não veem quase nenhuma chance de mais flexibilização este ano, mesmo que os investidores ainda vejam uma chance em duas de um corte final até junho próximo.
Kocher, repetindo um argumento usado por vários colegas, disse que o BCE deveria manter essa postura e agir apenas no caso de um novo choque que mudaria as perspectivas para além das expectativas atuais.
“Acho que há um bom argumento a ser apresentado para não ajustar as taxas de política monetária, para não tentar exagerar no que estamos fazendo, desde que estejamos perto de 2%, desde que não haja choques externos”, disse Kocher.
Ainda assim, ele reconheceu que a incerteza continua excepcional e que os dados econômicos durante o verão (no Hemisfério Norte) foram ruidosos, o que dificultou para os membros do BCE obterem clareza sobre as perspectivas.
Mas o crescimento está estável em torno de 1%, um nível que não é espetacular, mas permanece próximo do potencial de produção do bloco monetário, acrescentou Kocher.
Fonte: Site Oficial Terra