Produção da Netflix revela a história de uma adolescente de 13 anos que foi vítima de uma série de ataques virtuais junto ao então namorado; saiba o que aconteceu com ela e a família
O documentário Número Desconhecido: Catfishing na Escola, que estreou na Netflix no último dia 29 de agosto, conta a história de cyberbullying sofrido pela jovem Lauryn Licari e seu então namorado Owen em 2020, quando os dois tinham 13 anos. Fenômeno na plataforma, o filme mostra que a menina e o rapaz recebiam mensagens anônimas contendo ameaças e ofensas. O caso tornou-se uma investigação policial e chegou até o FBI, que revelou quem era a pessoa por trás dos ataques.
*Atenção: o texto a seguir contém spoilers de ‘Número Desconhecido: Catfishing na Escola’
Após uma intensa investigação do FBI, que incluiu cruzamento de dados de torres telefônicas e a agenda de contatos de Lauryn e Owen, as autoridades descobriram que a responsável pelos ataques era Kendra Licari, mãe de Lauryn e uma das entrevistadas do documentário.
Onde está Kendra Licari agora?
Kendra foi presa em dezembro de 2022, após múltiplas acusações de perseguição e uso de computador para cometer um crime, e recebeu uma sentença de 19 meses a 5 anos de prisão. Ela foi solta em agosto de 2024, em liberdade condicional, e ficará sob a supervisão de autoridades até fevereiro de 2026. As informações são do Departamento de Correções de Michigan.
A mulher segue na tentativa de voltar a fazer parte da vida da filha — o que ainda não aconteceu, mesmo após a conclusão das filmagens do documentário e a exposição do caso a nível global.
Segundo reportagem publicada pela revista The Cut em janeiro deste ano, Kendra estava morando com familiares em Detroit, Michigan, até a ocasião. Não se sabe se ela está empregada atualmente.
Por que Kendra topou fazer parte do documentário?
Segundo a diretora Skye Borgman, a participação de Kendra não era certeza até os últimos minutos. Em entrevista concedida ao Tudum, blog da Netflix, a diretora revelou que já havia gravado boa parte das entrevistas quando Kendra enfim topou participar.
Segundo a realizadora, a mãe de Lauryn resolveu aparecer pois se interessou pela oportunidade de falar diretamente sobre o caso e apresentar suas versões. Ela queria que a filha visse que ela estava disposta ao diálogo.
Kendra e Lauryn voltaram se falar?
Até as últimas atualizações do caso, Kendra e Lauryn ainda estavam distantes, mas a filha planeja ver a mãe quando for “a hora certa”.
“Ela sente remorso por ter alterado profundamente a relação que tinha com a filha, de uma forma negativa”, compartilhou a diretora, sobre Kendra. “Será que elas terão algum relacionamento? Não sei. Provavelmente haverá algum tipo de relação, mas não será a mesma. Não há a possibilidade de ser a mesma.”
Onde está Lauryn agora?
A garota concluiu o ensino médio neste ano, e ainda considera um desafio voltar a confiar na mãe. No documentário, ela confessa que é doloroso não ter uma proximidade com a mãe, mas torce para que a mãe consiga ajuda para se reestabelecer psicológica e emocionalmente
Por que Kendra perseguiu a própria filha?
Mesmo a diretora do documentário ainda tem dúvidas quanto a isso, e acredita que nem mesmo Kendra saiba explicar as razões. No documentário, ela cita traumas pregressos e um caso de abuso que teria sofrido na infância, mas sua justificativa é complexa e difícil de acompanhar.
“Ela fala sobre o quão assustador foi para ela ver sua única filha crescer, e é isso que ela acredita ser o motivo que a levou a enviar aquelas mensagens e tentar manter Lauryn por perto”, especula Borgman.
A diretora alerta também que qualquer tentativa de diagnóstico de Kendra deve ser feita por um profissional, e rechaça especulações envolvendo Síndrome de Munchausen por procuração. “Dar à situação qualquer tipo de fundamentação médica é um pouco problemático”, opina.
Fonte: Site Oficial Terra