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“Poder de fogo” está chegando para a Ucrânia, dizem EUA em reunião da Otan

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou que “poder de fogo” está chegando à Ucrânia por meio da compra de armas americanas por países europeus, mas ainda não está claro se isso inclui mísseis Tomahawk de fabricação americana.

“Poder de fogo, é isso que está chegando”, disse Hegseth, falando antes de uma reunião com ministros da Defesa da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em Bruxelas, acrescentando que os “compromissos” assumidos pelos países europeus em breve se transformarão em “capacidades” para a Ucrânia.

As compras de armas estão sendo feitas sob a nova iniciativa PURL (Lista de Requisitos Priorizados da Ucrânia), que já garantiu US$ 2 bilhões em equipamentos militares para a Ucrânia, com mais compromissos previstos pelos países da Otan nesta quarta-feira (15).

A Ucrânia quer que os países europeus possam comprar seus sofisticados mísseis Tomahawk de longo alcance por meio desse mecanismo, mas essa decisão cabe ao presidente dos EUA, Donald Trump.

 

Espera-se que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pressione pelo acesso aos Tomahawks americanos, o que permitiria ataques em áreas profundas da Rússia e potencialmente colocaria Moscou ao alcance, quando se reunir com Trump na Casa Branca, na próxima sexta-feira (17).

Trump já havia indicado que pode estar disposto a fornecer Tomahawks a Kiev, à medida que sua paciência com o presidente russo, Vladimir Putin, sobre a guerra aumenta e diminui.

Embora os mísseis sejam um dos principais pontos de discussão para reforçar a defesa da Ucrânia, o assunto não estava na pauta de discussão em Bruxelas nesya quarta-feira (15).

“Essa é uma questão bilateral”, afirmou Mark Rutte, secretário-geral da Otan, referindo-se às discussões diretas entre a Ucrânia e os Estados Unidos.

Os ministros da Defesa da aliança já prometeram mais drones para a Ucrânia, com o Reino Unido se comprometendo a fornecer 100 mil dispositivos e a Holanda doando 90 milhões de euros para construir os seus próprios.

Drone bélico Switchblade 300, enviados pelos EUA para a Ucrânia. • Divulgação AeroVironment

As recentes incursões da Rússia no espaço aéreo de vários países da Otan — a mais grave das quais viu aeronaves da organização dispararem seus primeiros tiros da guerra, abatendo supostos drones russos sobre a Polônia no mês passado — concentraram as mentes europeias em como o continente responderá.

Moscou alegou que não voou deliberadamente seus dispositivos para a Polônia e que seus jatos não violaram o espaço aéreo da Otan.

“Se a Otan for ameaçada, agiremos e devemos enfrentar a escalada (de Putin) com nossa força”, disse o ministro da Defesa britânico, John Healey, nesta quarta-feira.

Healey anunciou que aeronaves britânicas continuariam operando no espaço aéreo polonês pelo resto do ano, chamando as incursões russas de “imprudentes, perigosas e totalmente inaceitáveis”.

Mas o ministro da Defesa holandês, Ruben Brekelmans, afirmou que a Europa precisava de uma solução melhor do que caças para deter a Rússia.

“Fiquei muito orgulhoso que nossos F-35 holandeses tenham conseguido derrubar alguns drones Shahed na Polônia”, declarou Brekelmans, referindo-se à aeronave fabricada nos EUA, que está entre os caças mais sofisticados do arsenal da aliança.

“Mas é claro que também precisamos aprender com isso. Os F-35 não são a maneira mais eficiente de eliminar drones, e devemos encontrar maneiras muito mais eficazes de fazer isso”, acrescentou. “A ameaça russa está se aproximando cada vez mais do território da Otan.”

Em resposta a essa ameaça, o ministro da Defesa da Letônia, Andris Sprūds, informou que o armamento com capacidade de atingir alvos na Rússia é “crucial” para a Ucrânia.

Mesmo após o fim da guerra na Ucrânia, a Rússia ainda representará um risco para a Europa, alertou o ministro da Defesa da Finlândia, Antti Hakkanen.

“A Rússia está realmente se preparando para a segunda fase de sua potencial agressão… há ameaças reais para a Otan após a guerra na Ucrânia”, avaliou ele.

Hakkanen apontou a modernização militar da Rússia e o aumento de tropas “perto de nossas fronteiras” como sinais.

 

Fonte: Site Oficial CNN Brasil

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