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Principais ligas europeias chegam a R$ 30 bilhões com patrocínios

Os patrocínios aos clubes são fundamentais no futebol mundial e, na Europa, isso se confirma de forma contundente. Um levantamento da Ampere Analysis, divulgado na última semana, mostrou que as cinco principais ligas do continente, que são Premier League, LaLiga, Bundesliga, Ligue 1 e Serie A, arrecadaram juntas US$ 1,1 bilhão com novos contratos de patrocínio, o equivalente a quase R$ 6 bilhões. No total, o investimento das marcas nessas competições alcançou US$ 5,4 bilhões no início da atual temporada 2025/2026, valor que se aproxima de R$ 30 bilhões.

O estudo aponta que 53% dos acordos firmados são de empresas que patrocinam clubes ou competições pela primeira vez, classificadas como “marcas de primeira viagem”. Esse dado reforça o poder de atração que o futebol europeu continua exercendo, tanto sobre grandes corporações quanto sobre novos investidores que enxergam no esporte uma oportunidade estratégica de exposição global.

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Entre os segmentos que mais ampliaram presença está o de serviços financeiros, responsável por 16% dos gastos totais com patrocínio nas grandes ligas, um salto considerável em relação à temporada passada, quando o setor representava 10% desse montante.

Além disso, 75% do investimento vêm de companhias que operam em mercados domésticos, mas curiosamente a mesma porcentagem corresponde a empresas internacionais com sedes fora do país da liga que patrocinam. O dado revela o grau de globalização do futebol europeu e a capacidade do esporte de romper fronteiras geográficas e culturais.

Para especialistas, a força do futebol como plataforma de negócios está diretamente ligada à sua universalidade.

“O futebol segue sendo o esporte mais global e de maior audiência do mundo, com relevância em todos os continentes e uma capacidade única de conectar culturas. Esse alcance o torna altamente atrativo para as marcas mas também cria um cenário de forte competição, já que há inúmeras propriedades patrocináveis, do atleta ao clube, da arena ao campeonato e até às transmissões. Por isso, a busca por novas marcas e categorias de investimento se torna cada vez mais intensa e estratégica”, analisa Ivan Martinho, professor de marketing esportivo da ESPM.

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O estudo ainda revela que setores como trading, câmbio, bens domésticos e vestuário de luxo fecharam, apenas nos três primeiros meses da atual temporada, mais acordos do que em todo o período de 2024/2025. Esse movimento reforça a tendência de diversificação dos patrocinadores e o aumento da concorrência por espaços de exposição nas propriedades esportivas mais valiosas do planeta.

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Entre as empresas com maior representatividade nas cinco ligas analisadas estão duas gigantes do setor de material esportivo: Adidas e Nike. A marca alemã lidera com 11% dos investimentos totais, seguida pela concorrente norte-americana, que responde por 5%. A predominância dessas duas fabricantes demonstra o poder que as fornecedoras de equipamentos esportivos ainda exercem sobre o ecossistema do futebol mundial, embora novos setores venham conquistando terreno de forma acelerada.

Um dos segmentos que mais cresce é o das apostas esportivas, que consolidou sua presença nos últimos anos e agora expande fronteiras. Um exemplo recente é o da Reals, empresa brasileira que firmou um acordo com o Milan para se tornar Parceira Regional Oficial de Apostas do clube italiano na América Latina. A parceria ilustra o movimento de internacionalização das bets nacionais e a busca por novos mercados de visibilidade dentro do futebol europeu.

“Ser parceiro de um clube tão grande como o Milan é motivo de satisfação e orgulho para a Reals. Temos um acordo pioneiro e de relevância internacional com o time italiano, que contribui para a consolidação da nossa empresa como uma referência entre as bets que investem em patrocínios dentro do universo esportivo, comprovando a seriedade e credibilidade do nosso trabalho”, destaca Rafael Borges, CEO da Reals.

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A presença das casas de apostas também reflete uma mudança estrutural na forma como o futebol se financia e se comunica com o público.

“O crescimento do iGaming no futebol global mostra a força de um mercado que se tornou essencial para o desenvolvimento da indústria esportiva. Mais do que simples patrocinadores, as empresas de apostas trazem inovação, capacidade de investimento e novas formas de engajamento digital, conectando clubes e torcedores em escala mundial. Essa integração abre caminho para experiências inéditas, maior visibilidade internacional e novas fontes de receita que ajudam a fortalecer o produto futebol em um mercado altamente competitivo”, explica Ricardo Bianco Rosada, fundador da brmkt.co e especialista no mercado de gambling.

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Embora a Europa concentre os maiores contratos e o maior volume de investimento, a tendência global também se reflete no Brasil.

“São números relevantes e que mostram a força do futebol como uma plataforma de negócios. No Brasil também temos visto um crescimento nos valores de patrocínio, principalmente através das empresas de apostas, que se tornaram o principal apoiador da modalidade masculina. Independentemente do país ou do setor, é inegável que o esporte continua sendo um ativo valioso e estratégico para as marcas, e vamos ver nos próximos anos um crescimento gigante na modalidade futebol feminino nas competições geridas pela CBF como Brasileirão, Supercopa e Copa do Brasil”, avalia Renê Salviano, especialista em marketing esportivo e CEO da Heatmap.

Os dados reforçam o papel do futebol como um dos principais ativos comerciais do entretenimento global. Em um cenário em que as marcas buscam cada vez mais autenticidade e engajamento, os clubes europeus seguem na dianteira como plataformas de exposição e relacionamento. A cifra de quase R$ 30 bilhões em patrocínios simboliza não apenas o poder econômico do esporte, mas também sua capacidade de gerar conexões culturais e emocionais que poucas outras indústrias conseguem reproduzir.

Fonte Site Oficial infomoney

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