Com presença surpresa de ex-Fugees, apresentação se consagra como uma das melhores da ainda curta história do festival; performance foi ‘acalento’ após show interrompido
Lauryn Hill sabe que não precisa provar mais nada. Se consagrou entre as melhores cantoras e compositoras da música, com um dos melhores álbuns da história, mas, mesmo assim, faz questão de se renovar. Foi o que ela provou no Palco The One do The Town neste sábado, 6.
A apresentação da cantora chegou como uma espécie de “acalento” após o show de Don Toliver interrompido “por questões de segurança”. Uma multidão ainda amedrontada de jovens se juntou ao redor do palco sob uma sensação de curiosidade. Em determinados momentos, os celulares até foram esquecidos para dar lugar a um show no estilo “moda antiga”: apenas com os presentes cantando, dançando e se divertindo.
Lauryn escolheu começar com Everything is Everything, de seu único álbum, The Miseducation of Lauryn Hill, de 1998. Como profecia, canta: “Minhas rimas cruzam o mundo, eu as criei”.
‘O melhor álbum da história’
UM HIT É UM HIT! ‘Everything Is Everything’ ao vivo de São Paulo com a MAIORAL! #MsLaurynHillNoMultishow #TheTownNoMultishow pic.twitter.com/Gz5KuGialK
— Multishow (@multishow) September 7, 2025
The Miseducation of Lauryn Hill foi considerado pela Apple Music como o melhor álbum da história. Houve quem torcesse o nariz, talvez pelo rap, ainda marginalizado no cenário musical, talvez pelo fato de ser o único álbum da artista.
Uma justificativa da plataforma de streaming musical foi suficiente para justificar a grandeza: “O conjunto de álbuns que alguns artistas produzem ao longo da carreira pode resultar numa obra coesa que transforma a cultura e insere o seu criador entre os grandes. Lauryn Hill fez tudo isso só com um álbum”.
Lauryn, porém, gosta de surpreender. Faz novos arranjos das músicas, novas rimas e provoca novas sensações com seus shows. Faz isso pela música: suas aparições são raras e sua última apresentação antes do The Town foi há dois meses. É um tapa na cara de quem faz shows para ‘cumprir tabela’ e reproduzindo suas músicas gravadas, como se o público apenas ouvisse ao Spotity.
Lauryn Hill canta ao lado dos filhos no The Town
Um hit que não sai dos meus fones de ouvidos! YG Marley mostra que o talento para o reggae é de família cantando o hino ‘Praise Jah in the Moonlight’ ?? #TheTownNoMultishow! #MsLaurynHillNoMultishow pic.twitter.com/w9UcssSY5m
— Multishow (@multishow) September 7, 2025
Em um dos pontos altos, a cantora emendou Lost Ones com Ex-Factor, grandes sucessos de seu disco. Cantou To Zion, canção que fez para o filho, Zion Marley, precedendo a entrada do próprio Zion Marley no palco. Em sequência, também surgiu YG Marley. Ambos são netos de Bob Marley e fruto de seu relacionamento com Rohan Marley.
Foi uma espécie de união do passado com o futuro. Do avô, Zion cantou Three Little Birds. Já YG pediu luzes de celular para cantar seu reggae viral Praise Jah in the Moonlight. Fotos de Zion bebê se mesclavam com imagens de Bob Marley nos telões.
Wyclef Jean e Killing Me Softly em versão samba
A MAIOR! Pare tudo que você está fazendo e vem escutar ‘Killing Me Softly’ da @MsLaurynHill! ?? #TheTownNoMultishow #MsLaurynHillNoMultishow pic.twitter.com/y2nlap6qiA
— Multishow (@multishow) September 7, 2025
A grande surpresa ficou para o final. Lauryn anunciou “uma viagem bem longa” de Wyclef Jean, ex-integrante do Fugees ao lado da cantora, para cantar em São Paulo.
Juntos, os dois entoaram uma versão surpreendente e divertida com trechos ao estilo samba de Killing Me Softly. Emocionaram e deixaram o público boquiaberto com uma longa sequência de fogos que acompanhou a música.
Da realeza da música, surge um dos melhores shows da ainda curta história do The Town. Travis Scott, que canta em seguida, tem a missão de tentar colocar o público nas mãos da mesma forma.
Fonte: Site Oficial Terra