Malu conversou com uma cardiologista para descobrir
Segundo a médica Dra. Lívia Sant’ana hipertensão, diabetes, colesterol alto e excesso de gordura abdominal podem favorecer o surgimento de tumores
Por trás de doenças aparentemente diferentes, como hipertensão, diabetes e colesterol alto, existe uma ligação silenciosa, mas perigosa: a síndrome metabólica. A condição, que afeta milhões de brasileiros, é marcada pela combinação de fatores que comprometem o metabolismo e aumentam significativamente o risco de doenças cardiovasculares e, segundo estudos recentes, também pode estar associada ao câncer de mama.
De acordo com a médica cardiologista e especialista em nutrologia, Dra. Lívia Sant’Ana, o alerta é especialmente importante para mulheres acima dos 40 anos, faixa etária em que tanto as alterações metabólicas quanto o câncer de mama se tornam mais prevalentes. “A síndrome metabólica ocorre quando o paciente apresenta pelo menos três dos seguintes fatores: pressão alta, glicemia elevada, excesso de gordura abdominal, colesterol HDL baixo e triglicerídeos altos. Esse conjunto de alterações provoca um estado inflamatório crônico no organismo, e é justamente essa inflamação constante que pode favorecer o surgimento de doenças como o câncer”, explica a especialista.
O papel da gordura abdominal no risco de câncer
A médica ressalta que o excesso de gordura abdominal tem papel determinante nesse processo. “A gordura visceral, que se acumula na região da barriga, não é apenas um reservatório de energia. Ela é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias que afetam diretamente o sistema cardiovascular e o equilíbrio hormonal. Esse desequilíbrio pode interferir até na produção e na ação de hormônios como o estrogênio, fator importante na origem de alguns tipos de câncer de mama”, afirma.
A boa notícia é que a síndrome metabólica pode ser detectada precocemente com exames simples. Segundo a Dra. Lívia, check-ups regulares são fundamentais para identificar alterações antes que se transformem em doenças mais graves.
A importância da prevenção
“Exames de sangue de rotina, como glicemia, colesterol total e frações, triglicerídeos, e a aferição da pressão arterial já permitem um diagnóstico inicial. Medidas simples, como observar a circunferência abdominal e o índice de massa corporal, também ajudam a avaliar o risco”, orienta a cardiologista.
O tratamento, de acordo com a especialista, envolve uma abordagem multidisciplinar e foco total em hábitos saudáveis. “A base do tratamento está na mudança do estilo de vida: alimentação equilibrada, rica em fibras, frutas, verduras e proteínas magras; redução do consumo de açúcar e alimentos ultraprocessados; além da prática regular de atividade física. Em muitos casos, essas medidas já são suficientes para reverter a síndrome metabólica”, reforça.
Impacto também na prevenção do câncer
Ela lembra que, para alguns pacientes, pode ser necessário o uso de medicamentos. “Quando há diagnóstico de hipertensão, diabetes ou dislipidemia, o tratamento medicamentoso é indicado em conjunto com a mudança de hábitos. Mas o mais importante é que o acompanhamento médico seja contínuo e personalizado”, complementa a médica.
Dra. Lívia destaca ainda que controlar a síndrome metabólica não é apenas uma questão de saúde cardiovascular. É, também uma forma de reduzir o risco de outros problemas, incluindo o câncer.
“Hoje já se sabe que o metabolismo desequilibrado e o estado inflamatório sistêmico criam um ambiente propício para mutações celulares. Portanto, cuidar da alimentação, manter o peso adequado e fazer o controle regular dos exames é uma forma concreta de reduzir o risco de câncer de mama e outras doenças crônicas”, conclui.
Fonte: Site Oficial Terra